Nascido Antonio Patrício aos 22 de outubro de 1927, irmão do famoso Dedé da Mulatinha (José Patrício) e outros nove irmãos, este agricultor da Mulatinha, município de Esperança/PB, aprendeu apenas as primeiras letras do ABC. No entanto, estas lhe foram suficientes para ganhar o mundo e a fama, e em especial, a cultura popular.
Começou a cantar coco em 1940 e em 45 já publicava seu primeiro cordel: “A Viagem Sagrada”, seguindo-se outros oitenta e tantos títulos.
Escolheu Campina Grande para residir, no bairro de Santo Antonio.
Pai de dez filhos, não obteve o retorno do bem que fez a cultura popular, mas guarda no seu âmago as lembranças das viagens que fez pelo Brasil com seu irmão Dedé.
Os seus versos, por muitos já fora elogiado. Eis aqui um pequeno exemplo da sua versatilidade:
“Em Sodoma tão falada/
Passei uma hora só/
Lá vi a mulher de Ló/
Numa pedra transformada/
Dei uma talagada/
Com caldo de mocotó/
E saí batendo o pó/
Adiante vi Simeão/
Tomando café com pão/
Na barraca de Jacó”.
(Extraído do cordel: Uma viagem sagrada, 1945)
A ele, são atribuídos ainda os seguintes títulos: As missões de Frei Damião em Bom Jardim e a tempestade em limoeiro (8 páginas); As missões de Frei Damião em Soledade e os castigos de um amancebado (8 páginas); O povo chora com pena do frade Frei Damião (7 páginas).
Rau Ferreira
Fonte:
- I Festcordel - Festival Estudantil de Literatura de Cordel, promovido por Macambira & Querindina. Esperança/PB: dezembro de 2006;
- COSTA, Gutemberg. A presença de Frei Damião na literatura de cordel: antologia. Ed. Thesaurus, 1998;
- ADAMI, Antonio e BALOGH, Anna Maria (Org.). Mídia, cultura e comunicação. Vol. II. Arte e Ciência Editora: 2003.
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