O jornal “O Gilete” é um dos grandes patrimônios imateriais da cultura esperancense. O órgão que se autodenomina “humorístico e mentiroso” tem distribuição gratuita e sua primeira tiragem inicia-se ainda no Natal, indo até o final da festa da padroeira. Possui conteúdo variado que mexe com a curiosidade das pessoas. É divertido, inteligente e sagaz.
Foi idealizado por José Coêlho da Nobrega em 1937, com a participação do Dr. Sebastião Lima, Drs. Ulisses e Paulo Coêlho e Geraldo Batista. As primeiras edições traziam muitas notícias de Silvino Olavo e outros esperancenses ilustres.
Ao longo desses anos passou por diversas fases, mas sempre continuou firme. No início era impresso na gráfica de Quelezão (Antonio Batista dos Santos), mas quando este foi embora para Guarabira o professor foi rodar o jornal em Campina Grande.
Com a morte do professor José Coêlho em 1986 quem assumiu a redação foi sua filha Vitória Régia. “Eu e Arnaldo Bezerra ficamos fazendo no mimeografo. As piadas nós inventávamos, procurávamos uma coisa, encaixávamos outra sempre ligada com as pessoas da cidade”, disse a ativista cultural.
Em 1994 o folhetim trouxe ilustrações de Erasmo Santiago e uma bela poesia de capa, que reproduzimos a seguir:
“Saudade é como a tristeza
De uma noite de luar;
Tem sempre muita beleza
Mas faz a gente chorar!”.
Hoje além de Vitória o periódico tem a colaboração de Josíelton Alves da Silva, um jovem brilhante e dinâmico, e vem sendo impresso na copiadora União.
O “Gilete” foi e continua sendo a grande sensação das festas de final de ano. Muitas pessoas esperam a sua publicação com as notícias curiosas e as invencionices dos repórteres culturais.
Rau Ferreira
Fonte:
- Jornal “O Gilete”, Vitória Régia e Erasmo Santiago. Esperança/PB: 09 de janeiro de 1994;
- Jornal “O Gilete”, Vitória Régia e Josíelton Alves. Esperança/PB: 01 de janeiro de 2010;
- Depoimento de Vitória Régia Coêlho, em 06/01/2011.
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