Páginas

quinta-feira, 31 de março de 2011

O poeta presente, cordel de Rau Ferreira

À João [Benedito] Viana dos Santos

Nas ruas e praças desta cidade
Cantadores e violeiros de repente
Em sua simplicidade
Declamaram em voz corrente.

Um negro alto e valente
Cheio de lorota e fogosidade
Analfabeto e discrente
Da sua triste realidade:

Vejo a minha mocidade
Comparo o tempo presente
Que grande desigualdade
Que saudade a gente sente.

Ontem fui fogo ardente
Com o vigor da mocidade
Hoje o velho doente
Não encanta mais a sociedade.

Na sua fragilidade
Dominava o impulso da mente
E com tal sagacidade
Deixava a todos contente.

João Viana – de nascente,
João Benedito, de batisdade
Surgiu como o sol poente
Que se enche de luminosidade.

Um precursor indolente
Passou com a velocidade
E outros a sua historicidade
Trouxeram incansavelmente.

Não posso almejar felicidade
Ah! esse mundo está muito diferente
Amparai-me por bondade
Pois o tempo me é conveniente.

Sigo feliz e contente
Ouvindo da juventude a maldade
Vou rimando e fazendo repente
Enquanto não vem a mortandade.

Pois se há duas ambigüidades
- homem e tempo, seu contingente –
Muito mais há fatalidades
Em se viver eternamente.

Enfim não deixou parente
Apesar da sua longevidade
Nem tão pouco descendente
Que lhe desse continuidade.

As regalias sem irmandade
Delas querer gozar somente.
É a mais pura ingenuidade
Pensa o homem erroneamente.

De mãos vazias vem o decadente
E em toda a sua vaidade
Esquece o homem simplesmente
E vazio parte na igualdade.

Viveu portanto à marginalidade
Do seu tempo tão presente
Ganhou em si notoriedade
Dos cantadores e do repente.

A filosofia e a moralidade
Desta figura vivente
Encerramos na verdade
Que este livro lhe consente.

Rau Ferreira
História Esperancense - http://historiaesperancense.blogspot.com Conteúdo protegido pela Lei de Direitos autorais (Lei nº 9.610/98)

terça-feira, 22 de março de 2011

LIVRO JOÃO BENEDITO



O escritor Rau Ferreira se prepara para lançar seu segundo trabalho e desta vez a personalidade escolhida foi o Cantador João Benedito.
Nascido em Esperança em 1860 e falecido em 1943, João Viana dos Santos recebeu a alcunha de “João Benedito”. O velho repentista fez de sua arte profissão e se apresentou em feiras e em diversas cidades da Paraíba, sempre acompanhado de sua viola. Era muito habilidoso e irreverente e mesmo em idade avançada capaz de glosar versos que tinham um pano de fundo filosófico.
Em 1934, aos 80 anos de idade, compôs esta sextilha:

Eis o resto da figura
Do velho João Benedito
Fui gordo igualmente uma bola
Estou magro como um palito
Hoje é quem canta mais feio
Foi quem cantou mais bonito!”

Câmara Cascudo cita-o em seu livro e reproduz uma peleja que o mesmo travou com Antonio Correia Bastos, já o repentista Antonio Ferreira da Cruz colocava João Benedito em pé de igualdade com Joaquim Sem Fim, considerando-o como um dos mais temíveis cantadores de sua época.
O livro foi produzido em parceria com a Copiadora União e terá o formato brochura para baratear os custos e tornar mais acessível à população.
Com cerca de 100 páginas, o pesquisador trabalha nesta obra temas como a arte do repente, a construção do verso, cordel e xilogravura, a poesia erudita e popular, história do município de Esperança, seus violeiros e cantadores, e por fim, a biografia de João Benedito, sua poesia, casos e acasos além de uma resenha crítica e dois cordéis que mencionam o velho repentista.
A previsão é que o lançamento aconteça ainda neste mês de março, tão logo o projeto gráfico seja finalizado.

domingo, 20 de março de 2011

OS CAMPOS DA FILOSOFIA

Lógica:
O estudo da forma e da estrutura do próprio pensamento; procurando assim, o método ideal de raciocínio, análise e pesquisa.

Metafísica:
É o campo mais complexo da Filosofia. Pois compreende o estudo da realidade última das coisas, da natureza do ser, da mente humana, do conhecimento, dos sentidos, das relações entre o homem e a matéria. Analisa as definições, essências e conceito de todas as coisas. Quando questionamos sobre o “que é” ou “o que pode ser” alguma coisa,

Estética:
Quando abordamos questões sobre a finalidade da beleza para o ser humano, ou seja, a natureza do “belo”. Ou seja, é o estudo das formas de representações e das considerações sobre o belo, sobre as artes e demais formas de expressão de cultura.

Ética:
Estuda os valores e atos humanos; busca estabelecer os princípios e a conduta justa.

Política: Estuda as formas de como o homem se organiza em espaços públicos e de como seria uma organização social ideal.

Enfim, o ato de filosofar envolve, fundamentalmente, uma mudança de postura diante da vida, descratando as explicações que nos foram impostas como verdadeiras e estabelecendo novas regras ao jogo. Passamos a ver o mundo de maneira diferente, com um olhar mais atento e certeiro.

Conhecendo além dos aspectos superficiais das coisas, principalmente sua razão de ser, com certeza estaremos mais próximos de uma cindição de vida mais livre. De posse dessa condição, podemos lutar pela dignidade humana ou nos tornarmos criaturas passivas, omissas, indiferentes. Todas essas possibilidades dependem, em última análise, do amor que temos pela vida e do respeito que nutrimos por nós mesmos.

CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. São Paulo: Atual. 2002.

O que é Filosofia?

A Filosofia é um modo de pensar, é uma postura diante do mundo. A filosofia não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo. Ela é, antes de tudo, uma prática de vida que procura pensar os acontecimentos além da sua aparência. Assim, ela pode se voltar para qualquer objeto. Pode pensar a ciência o próprio homem em sua vida cotidiana. Uma Estória em quadrinhos ou uma canção popular podem ser também objeto de reflexão filosófica.

A Filosofia é um jogo irreverente que parte do que existe; critica, coloca em dúvida, faz perguntas importunas, abre a porta das possibilidades, faz-nos entrever outros mundos e outros modos de compreender a vida. O saber filosófico incomoda porque tem no questionamento um grande aliado, haja vista o próprio hábito de questionar sobre o modo de vida da humanidade, por exemplo. Questiona sobre práticas políticas, científicas, sociais, técnicas, econômicas etc. Não há área onde ela não se meta, não indague, não perturbe. E nesse sentido, a Filosofia é perigosa, subversiva, pois viola a ordem estabelecida da cabeça para baixo.
Sua história está ligada aos tempos da Grécia Antiga, por volta do século VI a.C. A grande aventura intelectual não começa propriamente na Grécia Continental, mas em suas colônias – Jônia e Mileto. Como se sabe, o próprio termo filosofia, em seu sentido etimológico, surgiu de duas palavras gregas: Philo e Sophia, amor (fraternal, amizade) e Conhecimento, respectivamente. Significando, portanto: amizade pelo conhecimento, amor e respeito pelo saber.

O filosofo: o que ama a sabedoria tem amizade pelo saber, quem deseja saber. Assim, Filosofia indica o estado de espírito, o da pessoa que ama. Isto é: deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita. A Filosofia é um fato tipicamente grego e é entendida como aspiração ao conhecimento racional, lógico e sistemático:
  • Da origem e causas do mundo e suas transformações.
  • Da origem e causas das ações humanas.
  • Da origem e causas do próprio pensamento.

Quando se diz que a Filosofia é um fato grego, o que se quer dizer, é que ela possui certas características, apresenta certas formas de pensar e de exprimir os pensamentos, a ação, as técnicas, que são completamente diferentes das características desenvolvidas por outros povos e outras culturas, como por exemplo, os chineses, índios, hindus etc. Nesse contexto, podemos concluir que existe uma sabedoria chinesa, uma hindu, uma pertencente aos índios, mas não a filosofia chinesa, hindu ou indígena.

A reflexão filosófica é um modo de pensar, que surgiu especificamente com os gregos e que por razões históricas, tornou-se depois, o modo de pensar e de se exprimir predominantemente da chamada cultura européia ocidental, da qual, em decorrência da colonização portuguesa no Brasil, nós também participamos. Nesse contexto, a Filosofia que nasceu por volta do século VI a.C. na Grécia, rejeitava as explicações míticas que, baseadas no sobrenatural, aceitava a interferência de agentes divinos no fenômeno da natureza. Ao buscarem a racionalidade do universo, os filósofos dessacralizam a natureza: retiram dela, a dimensão do sagrado.

Enfim, a esse pensamento reflexivo, com definições e conceitos rigorosos e a coerência interna do discurso a fim de possibilitar o debate e a discussão, chamamos de Filosofia.

domingo, 13 de março de 2011

Significado do nome Marilda


A origem do nome Marilda: LATIM

Significado de Marilda

Qual o significado do nome Marilda: JUNÇÃO DE MARIA E ILDA.

Significado e origem do nome marilda - Analise da Primeira Letra do Nome: M

Muito ligado a familia, e emotivo costuma exagerar nos seus cuidados e corre o risco de sufocar as pessoas que ama sendo assim. Tem muita energia e por isso deve sempre manter-se ocupado com alguma coisa. Nos relacionamentos amorosos ou mesmo de amizade, quando se magoa, procura se recolher para dentro de si mesmo e só sai quando recebe um pedido de perdão. Um bom conselho seria aprender a controlar seu temperamento e deixar as pessoas que ama mais na delas.

A origem da família Coelho


            É provável que o sobrenome (ou apelido) Coelho provenha de Portugal ou de terras ocupadas pelos portugueses. Segundo a fonte Genealogia - Famílias das Flores e do Corvo (Açores) os Coelhos são descendentes de D. Soeiro Viegas Coelho, que se diz ter sido o primeiro deste apelido, por tomar a terra de Coneja, embora alguns autores defendam que já o pai tinha este apelido, tirado da quinta da Coelha. De D. Soeiro sabe-se que foi casado com D. Mor Mendes, filha de D. Mem Moniz de Gandarei, o primeiro a entrar em Santarém quando D. Afonso Henriques tomou a vila aos mouros (28). Segundo Diogo das Chagas (29), D. Soeiro Viegas ganhou o apelido na guerra que fazia aos mouros “com segredo e resguardo”, que “parecia ir por minas por debaixo do chão a buscá-los e pelejar com eles e assim disseram a el-rei gabando seus feitos e assaltos, que minava por baixo do chão como coelho”. Nas Flores, o primeiro deste nome terá sido Baltazar Coelho da Costa (30), avô paterno de frei Diogo das Chagas, filho de João Coelho – no manuscrito do “Espelho Cristalino”, com tinta e caligrafia diferente, foi acrescentada uma nota referindo que João Coelho só teve um filho (Bento Coelho, que casou com Inês da Ponte, neta do segundo senador João da Ponte), pelo que, a ser assim, este é que seria o pai de Baltazar Coelho da Costa e dos demais irmãos – e de Catarina Rodrigues da Costa, que se haviam estabelecido na Terceira, vindos de Guimarães. Baltazar Coelho da Costa, que fora casado em primeiras núpcias com Ana Cabeceiras, de quem teve uma só filha, que não deixou descendentes, casou segunda vez nos Altares, com Violante Valadão, fixando-se mais tarde nas Flores, para onde já levou consigo seis filhos, já “homens” mas todos ainda solteiros. A ida de Baltazar Coelho para as Flores é posterior à dos que chegaram com Gomes Dias Rodovalho, por volta de 1504-1505, mas foi já nesta ilha que nasceu o seu filho Mateus Coelho da Costa, pai do padre Inácio Coelho, ali nascido em 1575.
Origem do Nome Coelho
Qual a origem do nome Coelho: PORTUGUES
Significado de Coelho
Qual o significado do nome Coelho: DESIGNA O PROPRIO ANIMAL
Significado e origem do nome coelho - Analise da Primeira Letra do Nome: C
Pessoa charmosa, amável e expressiva, muito criativa e um tanto curiosa. Tem uma certa dificuldade na concentração e como gosta de compartilhar tudo com os outros é o tipo de pessoa que não consegue guardar suas ideias só para si. Sempre de bom astral, é daquelas que adora festa. Só tem um problema em enfeitar demais a realidade, exagerando na dose e não conseguindo controlar sua mania de falar.

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher


No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.
Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo. Hoje, temos uma mulher na presidência da República: Dilma Rousseff.
Em Esperança não é diferente, as mulheres tem legitimado espaços importantes na sociedade que em outros contextos históricos eram ocupados por homens. Entre tantas mulheres esperancenses importantes quero parabenizar, de forma especial, algumas que fazem parte da minha vida pessoal, acadêmica e profissional hoje: Maria Virgínia (minha mãe), Maria Gabriela (minha filha), Marisa, Miriam, Marilene e Socorro (minhas irmãs), Vanessa e Mayara (sobrinhas), Marilene Diniz e Mirian Guedes (Secretária e Subsecretária de Educação), Dona Letinha (minha Coordenadora Pedagógica e ex-professora), Cida Galdino, Letícia Ligia, Maria Elsa, Vera Lúcia, Coke, Jamily, Mércia, Suely (colegas do curso de Filosofia), Salete Guimarães, Kátia, Veridiana, Heloísa, Socorro Aparecida, Maria José Dias, Marlien, Edleusa e Marileide Diniz (colegas Coordenadoras Pedagógicas), Luciana, Elciete, Maricélia Portela, Solange Gabriel, Juanbélia, Joselice, Jovelina, Adriana Martins, Eliane, Socorro Nascimento, Helane, Telma, Andréia, Carmem, Elíbia, Carmery, Mikaelly, Maricélia Diniz, Auxileide, Tânia, Ivonete (colegas professoras), Vanusa de Fátima e Marinalva (Gestoras), Vânia Gomes, Fátima Apolinário, Betânia (minhas primas), Aparecida Fernandes e Railda (grandes amigas), Irmã Cícera e Tatiana (amigas na fé)...
A todas essas mulheres (e as não citadas também) desejo-lhes paz, saúde, sucesso e muito amor!

 Marilda Coelho

quarta-feira, 2 de março de 2011

ESPERANCENSE SE DESTACA NO JURISWAY

Rau Ferreira vem se destacando no Jurisway, um dos maiores portais
jurídicos do país. O bacharel já publicou neste portal quatro artigos
de temas variados, nas áreas de direito civil e família. A saber:
Execução de Alimentos – breves considerações; Roteiro: Execução contra
a Fazenda Pública; Bem de família e, mais recentemente, Guarda: resumo
analítico (24/02).
O Jurisway disponibiliza textos, vídeos e cursos preparatórios on line
e gratuitos para acadêmicos, profissionais e pessoas interessadas em
conhecer melhor os seus direitos, além de fornecer um serviço de
clipping via e-mail.
O escritor é colunista d’A Folha de Esperança, colabora com diversos
sites e mantém o blog História Esperancense (http://memoep.tk).
“É com grande alegria que damos a nossa pequena contribuição ao mundo
jurídico, dividindo com a comunidade um pouco de nosso conhecimento”,
afirmou.
Os textos podem ser conferidos através do link: http://www.jurisway.org.br.

O Dinamismo da Feira Livre de Esperança-PB


   
                        O espaço urbano da cidade de Esperança - PB é palco de um comércio informal muito bem desenvolvido, uma das maiores feiras livres da região, que ocorrem as quartas-feiras e aos sábados, onde os comerciantes informais vendem seus produtos com afluência de pessoas de cidades vizinhas e zona rural com produtos agropecuários de boa qualidade, sendo a cidade “Polo do Brejo Paraibano”, na comercialização de mercadorias.
                        As férias livres constituem-se em uma prática comercial muito antiga, que garante o suprimento de gêneros alimentícios das cidades nordestinas. Embora percebida como modelo comercial ultrapassado, que preserva características medievais, as feiras promovem o desenvolvimento econômico e social, fomentando a economia das pequenas cidades interioranas. Em Esperança não é diferente, a feira é uma questão socioeconômica relevante e atende a diferentes grupos sociais.
Vale ressaltar que, não há uma estrutura organizada fixa para tal comércio, isto é, existe apenas um mercado público, insuficiente, para abrigar pequena parte dos comerciantes, os demais, no entorno dele, como num passo de mágica, armam seus bancos ou mesmo no próprio chão, expõem suas mercadorias, aquecendo a economia informal da cidade. A primeira vista, é um lugar muito desorganizado, no entanto, seu espaço é dividido em setores, conforme os produtos vendidos. A variedade de produtos concentrada num mesmo lugar e os preços reduzidos são dois grandes atrativos da feira, que possibilitam o consumo nas camadas da população de menor poder aquisitivo. 
Observamos que o tempo passa, chegou a modernidade, mas a feira livre continua sendo prestigiada pelos esperancenses. Ninguém fala em modernizar aquele espaço urbano, e a cada dia a feira ganha mais vendedores/comerciantes informais e consumidores.
            Dessa forma, o espaço urbano de Esperança – PB é bem utilizado na feira-livre. O curto período usado pelos comerciantes é valorizado de forma tão significativa que promove a qualidade de vida da população, tanto dos consumidores que compram naquele espaço e tem a possibilidade de adquirir bons produtos, quanto dos feirantes que tem o meio de gerar suas rendas.
            Comparando a modernidade dos grandes varejistas com as condições de trabalho das feiras, é inevitável percebê-la como modelo de comercialização ultrapassado e decadente. Entretanto, se observada sob outros aspectos, a feira livre revela-se um espaço de grande complexidade e fomentador de desenvolvimento local. 
            O universo da feira não se limita à execução de transações comerciais, nela, as tradições locais são reproduzidas e valorizadas. Diante de modelos econômicos promovedores de exclusão social, a feira gera muitas oportunidades de trabalho. Por fim, a feira livre pode refletir uma imagem positiva do ponto de vista cultural, pois é uma importante instituição que resguarda tradições, indiferente ao processo de modernização.


Marilda Coelho da Silva (Professora / Historiadora e Especialista em Educação Profissional de Jovens e Adultos – PROEJA / Graduanda em Filosofia / Coordenadora de Ciências Humanas e suas Tecnologias na cidade de Esperança / Mestranda em História pela UFCG