Só a educação
libertadora forma seres livres e corajosos! É necessário mostrar aos jovens a
alegria de viver, de crescer emocional, intelectual e espiritualmente. Temos
que, enquanto educadores, mostrar-lhe que a vida tem sentido e que os
sentimentos deles são importantes. Mas, primeiro é preciso acreditar nisto. A
automatização e a alienação são os grandes perigos de uma vida sem significado.
O vazio pode ser preenchido pelo consumo desenfreado, pela violência, pela
droga, porque a energia criativa sempre existe e tem que ser canalizada de
alguma forma. A paz que imaginamos e aspiramos, começa com a paz de todo ser
humano consigo mesmo e com o próximo. Acreditamos que na educação nos moldes
que discutimos pode conseguir isto. O caminho tem que passar por uma revolução
na educação. A sociedade precisa mudar. Sem mudança social não haverá mudança
na escola. Entretanto, sem mudança no indivíduo, será difícil promover qualquer
mudança na sociedade.
A proposta libertadora não é nova
em educação, mas apenas uma reorientação do pensamento pedagógico, no sentido
de trazer para seu foco como ponto principal a pessoa humana como objeto
central da educação. Nessa proposta, educador e educando devem ser críticos.
Ser crítico, enquanto educador é considerar que o educando pensa e tem
hipóteses sobre o objeto do conhecimento. O educador deve saber ouvi-lo,
conhecê-lo, propor uma metodologia compatível com aquilo que o aluno tem, de
forma que este possa avançar. Ser crítico enquanto educando é saber se colocar,
questionar o que lhe é ensinado, discutir, debater, tomar a responsabilidade de
construir a sua própria expressão e forma de conhecimento. O indivíduo é
instigado a questionar, buscar o saber, confiar em si, ter consciência da
riqueza das suas potencialidades.
A proposta ética da educação em
liberdade e democracia deve ter como objetivo a igualdade de oportunidades para
todos, que garanta uma “educação ao longo da vida”; que capacite a cada
indivíduo para dirigir seu destino num mundo acelerado de rápidas mudanças,
como também uma política democrática que iguale direitos e oportunidades para
todos. Dessa forma, as relações exercidas na educação deverão dar-se numa
comunicação dialógica em liberdade e democracia, no reconhecimento das
diferenças humanas, na justiça e igualdade solidária. Este é o lugar da nova produção
do conhecimento...
Marilda
Coelho da Silva (Professora / Historiadora e Especialista em Educação
Profissional de Jovens e Adultos).
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