No próximo dia 02 de
novembro quase todo o mundo celebra o dia de finados, mais precisamente toda a
Igreja celebra o dia de todos os fiéis defuntos. Os primeiros sinais de uma
celebração de todos os defuntos são encontrados em Sevilha (Espanha), no séc.
VII, e em Fulda (Alemanha), no séc. IX. O verdadeiro fundador da festa, porém,
é Santo Odilon, abade de Cluny (França).
Para muitos este dia
não passa de um feriado, ou seja, dia de descansar de suas atividades comuns.
Para outros é dia de fazer memória dos seus queridos que já se foram, dia este
não de tristeza mais de uma profunda alegria e memento de reflexão sobre o
verdadeiro sentido da morte. Esta morte a que nos referimos é lucro. Como nos
afirma Paulo: Para mim, viver é Cristo, e morrer é lucro (Fl. 1,21). Como unir-se a Cristo, espírito da vida,
senão pela morte do corpo? Morramos então com ele, para com ele vivermos.
Morramos diariamente no desejo e em ato, para que, por esta segregação, nossa
alma aprenda a se subtrair das concupiscências corporais.
A morte não ofusca
jamais o amor que sentimos pelos nossos amigos e familiares que já se foram,
por isso temos este dia tão especial dedicado exclusivamente a eles. Como diz o
memorável João Paulo II no seu documento Reconciliatio
et poenitentia: “... os vínculos de amor que unem pais e filhos, esposas
e esposos, irmãos e irmãs, assim como os ligames de verdadeira amizade entre as
pessoas, não se perdem nem terminam com o indiscutível evento da morte.”
Tradicionalmente,
muitas pessoas neste dia retiram-se para o cemitério para simbolicamente
acender suas velas, velas esta que aponta a luz verdadeira que é o próprio
Cristo. A luz também nos recorda a vida, porque nosso Deus é “o Deus dos vivos
e não dos mortos”. Por isso acreditamos piamente que nossos queridos que já se
foram não estão mortos e sim vivos, portanto, se vivos nossas orações podem
atingi-los ainda, de maneira especial a Santa Missa – memorial da Páscoa de
Cristo que abriu aos que têm fé em Cristo à vida eterna. Fazer memória dos
mortos é também um dia propício para pensarmos no dia da nossa “morte”, ou
seja, fazer uma reflexão sobre a vida.
Portanto, que a
esperança da ressurreição nos anime, pois os que perdemos neste mundo
tornaremos a vê-los no outro; basta para isso crermos no Senhor com verdadeira
fé. E dizer com fervor: Ó morte, que
separastes os casados e, tão dura e cruelmente, separas também os amigos! Mas
teu poder já está esmagado! Teu domínio impiedoso foi aniquilado por aquele que
te ameaçou com o brado de Oséias: Ó morte, eu serei a tua morte! (Os 13,
14). Nós também podemos desafiar-te com as palavras do Apóstolo: ó morte, onde
está a tua vitória? Onde está o teu aguilhão? (I Cor 15,55). A morte foi morta
por Cristo e nós também a venceremos. Amém!
(Autores: Marilda Coelho da Silva
/ Rozil da Silva Gomes)