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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Comemoração dos 50 anos das irmãs franciscanas em Esperança







Irmãs Franciscanas: 50 anos de benfeitorias à comunidade esperancense


No último dia 19 de junho em clima de muita comemoração, completou 50 anos de atuação das Irmãs Franciscanas na cidade de Esperança, a data foi comemorada com a celebração de uma missa as 08:00 hs. na Igreja Matriz pelo Bispo Diocesano Dom Jaime Vieira Rocha, Padre Romualdo, Padre João de Deus Lira, e outros co-celebrantes convidados. Irmãs Franciscanas e de outras Congregações, autoridades a exemplo do Prefeito Municipal, deputados, presidente da Câmara de Vereadores e amigos da Maternidade estiveram presentes. Na ocasião Dom Jaime lembrava a importância da presença das irmãs na cidade: “elas merecem nosso reconhecimento e gratidão pelo trabalho prestado nesses 50 anos de atuação a serviço da saúde, educação e ação social”, disse o bispo. Após a missa, todos os presentes caminharam em procissão até a Casa de Saúde e Maternidade  São Francisco de Assis para a benção final proferida pelo Bispo Diocesano.
            A chegada das irmãs franciscanas de Santo Antônio para a cidade de Esperança se deu no final da década de 50. Conforme registra o segundo livre de Tombo da Paróquia, tudo começou dia 29 de junho de 1959, quando duas Irmãs de Caridade de Campina Grande, Irmã Porto e Irmã Oliveira, desembarcaram em Esperança. Elas atenderam o convite do pároco Padre Manuel Palmeira, para conhecerem o terreno da construção da futura Casa de Saúde da cidade, além das instalações do Ginásio Diocesano, que seria dirigido por elas.       No dia 19 de julho de 1959 foi assentada a pedra fundamental da Casa de Saúde e Maternidade São Francisco de Assis. A solenidade foi prestigiada pelo então governador Pedro Gondim, Cônego José Coutinho, Padre Manuel Palmeira e uma grande multidão.
            No dia 16 de maio de 1961, chegaram a cidade de Esperança três irmãs holandesas: Madre Hermenegilda, Irmã Teresiana e Irmã Batista. A princípio ficaram hospedadas no Colégio das Damas, em Campina Grande, até que no dia 29 de junho aconteceu a chegada definitiva. Dona Júlia Santiago cedeu sua casa para a residência provisória das freiras. Em janeiro de 1962 chegaram da Holanda, duas novas irmãs: Irmã Carmela e Irmã Bernadete. As irmãs, agora em número de cinco, ficaram a serviço da saúde e da educação do povo. Dia 16 de setembro, chegaram da Holanda Irmã Lúcia, Irmã Everdina e Irmã Redenpta (esta esteve presente na comemoração dos 50 anos da congregação aqui) para o serviço social da Paróquia.
            No dia 27 de novembro, as irmãs deixam a casa em que estavam hospedadas e passam a residir definitivamente no seu convento, quase concluído. Devido a Maternidade ainda estar em construção, as atividades em relação à saúde foram realizadas numa das salas da casa paroquial, depois se estendeu até a cidade de Areial. A parte educacional (Escola Paroquial) teve início na zona rural. Depois do convento das Irmãs e da capela Santo Antônio, chegou a vez da inauguração da Casa de Saúde e Maternidade S. Francisco de Assis. Segundo os anais da Paróquia, isso aconteceu dia 17 de janeiro de 1965.
            Além do trabalho no campo da saúde, as Irmãs também assumiram a educação das crianças mais pobres do município, com escolas organizadas em alguns sítios, com cobertura maior na área urbana. Outra data importante na atuação da congregação franciscana na cidade foi a instalação do noviciado das Irmãs, dia 8 de dezembro de 1967, com a participação de cinco candidatas à vida religiosa, sendo quatro de Esperança e uma de Bayeux.
            A ação social prestada pelas irmãs é de grande importância para a cidade, pois sabemos do empenho delas em possibilitar a moradia, medicamentos, leite, roupas e outras ajudas para muitas famílias necessitadas em décadas passadas, numa época em que ainda não existia a política de assistencialismo que se tem hoje, com as bolsas fornecidas pelo governo federal. Hoje, é de conhecimento de toda população a luta das Franciscanas, na representação da líder Irmã Luciana para manter a Maternidade funcionando.
            Atualmente residem no Convento Santo Antônio as irmãs franciscanas Luciana (holandesa), Cícera, Samara e Juliana (alagoanas). 

Marilda Coelho da Silva (Professora / Historiadora e Especialista em Educação Profissional de Jovens e Adultos – PROEJA / Graduanda em Filosofia / Coordenadora de Ciências Humanas e suas Tecnologias na cidade de Esperança / Mestranda em História pela UFCG).








quarta-feira, 15 de junho de 2011

Túnel do Tempo: Esperança em 1933

Você já imaginou como seria Esperança em 1933? Fizemos uma viagem no tempo para que o leitor conheça os principais nomes que ajudaram a edificar este município, suas atividades, órgãos e estabelecimentos comerciais.
Com apenas oito anos de emancipada, a cidade recheava o 16º Volume do “Almanach da Parahyba”. Samuel Duarte era o diretor da imprensa oficial do Estado; e Gratuliano da Costa Brito governava o Estado.
A Paraíba acabara de sair da “Revolução de 30”, um episódio trágico que vitimou João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, de quem Silvino Olavo era chefe de Gabinete.
Por aqui, Theotônio Tertuliano da Costa era o gestor municipal e enfrentava novos e grandes desafios.
A cidade progredia a passos largos, após as primeiras providências tomadas por Manuel Rodrigues de Oliveira, que implantara um governo estruturante fazendo nomeações e inaugurando obras, estradas e escolas.
A feira local era uma das maiores da região e as monoculturas da batatinha, algodão e o agave formavam os novos ricos. O comércio de miudezas em geral e ferragens movimentavam boa parte da renda municipal.
Havia no município quatro vapores de descaroçar algodão, pertencentes a Francisco Bezerra da Silva, Júlio Ribeiro da Silva, Theotonio Cerqueira Rocha e Sebastião Donato; oito caeiras de fabrico de cal, cujos proprietários eram Anisio José da Cunha, Felix Guerra, Antonio Chaves Sobral, Antonio Serafim, Cícero Carneiro e Syndulpho Guedes Alcoforado, o Major da Maniçoba. Contava ainda o município com 110 casas de aviamentos para o fabrico da farinha de mandioca.
Os órgãos públicos estavam assim distribuídos: Manuel Clementino de Farias Leite, escrevente juramentado; Sargento João Felippe de Souza, delegado de Policia; Pedro de Alcantara Torres, José Virgolino Sobrinho e Claudino Rogério de Souza, respectivamente 1º, 2º e 3º Suplentes de Delegado de polícia; Gustavo Olavo Torres, Estacionário Fiscal; José Félix Vieira, Guarda Fiscal da Fazenda do Estado; Murilo Velloso Lopes, Oficial do Registro Civil de Nascimentos, Casamentos e Óbitos.
E o servia-se dos serviços dos seguintes profissionais: Médicos drs. Sebastião Araújo e Manuel Cabral de Andrade. Farmacêuticos: José de Andrade Mello e João Mendes de Andrade Lima. Dentista: Sebastião Lima. Advogado: Severino Irineu Diniz.
A esse tempo a cidade encontrava-se já bem povoada. Havia 1.903 habitações, sendo: 792 casas de tijolos e telha; 1.111 ditas de taipa e telhas, inclusive as da povoação do Areial. Na sede funcionava um pequeno banco, denominado “Banco Agro-Comercial” que funcionava pelo sistema “Luzatti”.
As principais estradas carroçáveis: Esperança - Pocinhos, medindo, até Lagoa Salgada, 17 kilômetros; Esperança - Campina Grande, que media até Camucá – 6 kilômetros; Esperança em direção a Areia, até então com 5 kilômetros; e a que seguia rumo a Bananeiras, completos 12 kilometros.
Francisco Bezerra da Silva instalara a primeira agência de carros da marca Chevrollet, com oficina própria e venda de peças. Funcionando ainda na cidade uma empresa de Força e Luz, de propriedade de Manuel Rodrigues.
As pessoas se divertiam assistindo filmes no Cine Ideal, de Inácio Rodrigues; ou participando dos grêmios recreativos e desportivos, como o Centro Operário São José, a Associação dos Empregados do Comércio e o Vera Cruz Futebol Clube.
Era um tempo lúdico de progresso e pujança, de ócio ingênuo e lindo tal qual escrevera o nosso vate em seu poema retorno.

Rau Ferreira

Fonte:
- PARAHYBA, Amanach do Estado da. Vol 16. Ed. Impr. Official: 1933;
- ESPERANÇA, Livro do Município de. Ed. Unigraf: 1985;
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quarta-feira, 1 de junho de 2011

CULTURA ADORMECIDA EM ESPERANÇA


Esperança é uma cidade que avança muito bem em alguns setores sociais, com destaque na educação (ficou em 5º lugar no IDEB da Paraíba em 2010), com um razoável desenvolvimento econômico, destacando-se em arrecadação de ICMS na Paraíba (11º lugar). Porém, a cidade de Esperança tem uma dívida com a cultura local. Pouco se investe em cultura nesta cidade, com ressalvas para comemorações periódicas, como o São João, Carnaval e eventos isoladas nas escolas.
            O mês junino se aproxima e todos começam a celebrar as manifestações culturais, mas passado esse período, por um bom tempo ninguém mais fala em cultura. É como se a cultura ficasse adormecida por um longo período.
            A juventude de Esperança não conhece práticas cotidianas culturais. Muito se tem falado e criticado a função que hoje a PRAÇA DA CULTURA ocupa pelos jovens ociosos. Mas, pergunta-se: o que Esperança tem a oferecer aos jovens como espaço de lazer. De quem é a culpa dos jovens usarem a PRAÇA DA CULTURA para consumo de drogas? Além da Praça da Cultura e de uma numerosa quantidade de bares existentes na cidade, qual espaço de lazer existe para a juventude frequentar nos finais de semana? Vejamos a situação do Campestre, do Caobe...
            Acreditamos que já passa da hora de se investir em um espaço de cultura nesta cidade. Visualiza-se o esforço de algumas pessoas, a exemplo de Marquinhos Pintor, que dar alguns passos na Comunidade São Francisco, tentando levar atividades culturais para os jovens, numa atitude extremamente positiva, pois no momento em que se oferece aos jovens uma atividade cultural estar evitando que o mesmo conheça o mundo das drogas. Mas, sabemos que Marquinho Pintor não vai resolver o problema da falta de incentivo cultural sozinho. Essa bandeira da cultural é uma obrigação social de todos, principalmente de quem está representando o povo no poder...

Por  / Marilda Coelho da Silva (Professora / Historiadora e Especialista em Educação Profissional de Jovens e Adultos – PROEJA / Graduanda em Filosofia / Coordenadora de Ciências Humanas e suas Tecnologias na cidade de Esperança / Mestranda em História pela UFCG).